sexta-feira, 31 de julho de 2009

Esporte de aventura. Porque fazer?

Vire e meche alguém me pergunta por que eu acordo às 5 horas da matina para ir a USP treinar e faço bate volte para cidades a 200 km de SP para competir em uma prova aonde vou me submeter a correr distância longas, sendo alvejado pelo sol, chuva, lama, e outras armas da mãe natureza. Por quê?

Resolvi tentar explicar o meu por que, afinal cada um tem o seu !!!.

Sempre pratiquei esportes e ele sempre foi minha válvula de escape. Praticar de forma intensa exercícios, sempre me desligou do “mundo real”, independente do esporte, concentro toda minha energia e foco naquele momento, talvez por isso possa explicar porque me dou bem neste assunto. Na minha adolescência pratiquei quase todos os esportes de combate ( Karate, Jiu Jitsu, Aikido, Capoeria, Judô ...) , alguns eu me graduei, outros deixei de lado rapidamente, porem foi no colégio que eu fiquei realmente adrenado e senti aquela sensação de dever cumprido pela primeira vez . Fazia parte do time de Handball, eu era o Pivô e vivia participando de campeonatos. Nosso time chegou a ser um dos melhores do estado de SP. Os treinamentos eram fortes e os campeonatos cada vez mais difíceis e foi assim por um bom tempo, até 1996, ano em que me formei e passei no vestibular.

Ai chega uma hora que o garoto precisa virar homem. Novas responsabilidades aparecem e com elas novas prioridades. Então o esporte acabou ficando de lado.

O stress diário acaba fazendo com que a gente se sinta incapaz de realizar atividades inerentes ao nosso negócio do dia a dia. Eu por exemplo; trabalho no departamento de marketing de uma multinacional e apesar de ser bem dinâmico, como todo profissional tenho minha rotina e aquelas reuniões que deixam qualquer um louco: 2 horas para decidir se vamos comer arroz ou macarrão e no final, (podíamos ter ficado com a pizza), marcamos uma nova, pois nada foi decidido !!!.

Porem aquele espírito competitivo nunca morre. Ele passa um tempo adormecido, esperando a faísca que vai acender o estopim.

O meu 1º estopim ocorreu por volta do ano 2002. Voltei a praticar lutas e comecei a participar de corrida de orientação, na época o Edu meu parceiro Kawabanga e amigo de infância ( a longos 20 anos né muleke?!), estava começando a se envolver nesse negócio de aventura. Participei de várias etapas da Copa North de Regularidade. Porem o esporte na época não me motivou a evoluir, era muito chato contar passo !!. Minha segunda chance ocorreu em 2007. O Edu, já participava de corridas de aventura e me convidou para correr a etapa de ITU do GP Ravelli de MTB. E ai parceiro, a parada explodiu.

Eu queria praticar o máximo possível, aprimorar a técnica e cada vez pedalar mais rápido, a velocidade e o risco constante, eliminava qualquer tensão que tivesse, conseqüentemente no trabalho, aquela angustia da rotina acabou virando apenas algo passageiro. Percebi que MTB era um esporte que eu poderia evoluir e comecei a me dedicar.

Em 2007, realizei cerca de 13 provas de MTB. De vários níveis. Fui para o Interestadual de MTB, Ravelli, Copa Endurance, Sampa Bikers, Big Biker, Campeonato Paulista ... cheguei a ganhar 4 provas e fiquei bem colocado em outras.

No final de 2007 a primeira experiência com corrida de aventura e foi de cara um Chauas. Eu tava mega gripadão, mas o Edu me incentivou a ir e eu não desisti. Para quem treina comigo sabe que não fujo de um desafio hehehe

Fui e por problemas de saúde, abandonamos com pouco mais de 4 horas de prova.

Fiquei bem frustrado, não sou do tipo que desisti fácil, sou teimoso e prometi para o Edu que a gente ia mandar bem em 2008. Treinamos por conta própria, sem assessoria alguma, fazíamos nosso treinamento e tínhamos nosso objetivo traçado: Ganhar qualquer coisa aquele ano. Fazíamos umas loucuras de vez em quando. Chegamos por 3 vezes a pegar o carro e ir até Águas de Lindóia somente para praticar MTB. Naquela época chegava a ficar 1 semana com o corpo dolorido do treino, mais tarde eu iria descobrir o porque.

1º prova de 2008: Fechamos inscrição para o Haka Race na categoria Sport. E para nossa surpresa, logo na primeira etapa em São Roque, chegamos a liderar por um bom tempo a prova e quando não estávamos liderando, o primeiro e segundo estavam no nosso campo de visão. Porem a falta de treinamento correto e alimentação adequada acabou me afetando e quebrei no penúltimo PC a menos de 8k do término. Perdemos a 1ª colocação e focamos nos meus problemas de câimbra. Inclusive nesta corrida o nosso dentista aventureiro, passou por nós e nem ajudou ... coisa feia Marcião !!!! Muito puto da vida e muito atrasado, após conseguir água em uma casa e com o Edu sempre me incentivando, ainda pegamos algumas posições de volta e acabamos em 7º.

Enfim ... nosso primeiro podium foi na SPAventura, uma corrida organizada com apoio da galera do Adventure Camp, porem mais light, com 25 k. Fomos e levamos o caneco.

Após todas as etapas do Haka, terminamos em 7º na colocação geral. A partir daí fiquei parado. Minha esposa estava grávida e precisava dar um suporte lá em casa. Após minha filha nascer e passar a turbulência do nascimento, voltei a treinar no inicio de 2009 e agora com um novo estímulo: Ser exemplo para minha pequenina.

O Edu já havia procurado a Selva em dezembro de 2008 e já estava treinando com os caras desde então. Mas porque a Selva? O Edu buscou uma referência no mercado, não queria investir em uma assessoria que não tivesse know how para alavancar a dupla. Eu comecei em fevereiro de 2009. Ai a vida é outra parceiro. Com treinamento adequado e com uma boa nutricionista dando suporte, em pouco tempo colhemos os resultados (estas histórias vcs podem acompanhar no www.queimandoapururuca.blogspot.com). As dores após as corridas e treinos passaram, as câimbras durante as provas desapareceram e o nível competitivo subiu muito.

Lembro do primeiro teste de bike na USP, antes de iniciar os treinos com a supervisão do Caco. Fiquei abaixo da média do grupo. Minha velocidade média foi de 26 km/h. 3 meses depois passei a média do grupo e a velocidade subiu para 32km/h e ainda tirei 1 minuto da minha melhor volta no primeiro teste. Cara a sensação de mandar bem é impagável !!!

Não participamos da primeira etapa do Haka Race (o Edu estava para ser papai pela segunda vez) e a 2º etapa já foi. Chegamos em 4º, porem com o mesmo tempo do 3º colocado, mas por critérios de desempate, eles levaram. Faltam 29 dias para a 3ªetapa em Campos do Jordão. Aguardem, pois os Kawabangas vão dar trabalho.

Mas não foi apenas performance que ganhamos ao treinar com a Selva. Vem junto todo um pacote !! Alem do fato da equipe em si ser super atenciosa e parceira, conheci uma galera de arrepiar: os alunos. Tem cada figura nessa Selva e não posso deixar de citar a dupla mais rosa da aventura: Luli e Dri as Flower People. Cara, estas duas são hilariantes. É impossível não rir perto delas, alem delas mandarem muito bem no esporte (mas já as superamos hehe).

Bem, acho que é isso. Agora e só aguardar as novas aventuras no blog.

Grande abraço.

Bruno
Equipe Kawabanga – Vamos forte e queimando a pururuca !!!!

Agradecimentos:
Equipe Selva: Caco, Marcinho, Camila e Pedrão
Patricia Rebelo, nossa nutricionista que manda muito bem.

2 comentários:

  1. O meu porque; a felicidade pra mim é estar aonde queriamos estar naquele instante. eh viver e aproveitar o momento como se ele fosse tudo. Eh viver plenamente!!! E quando estamos treinando, competindo, estamos completos, felizes e naquele momento tudo o que queriamos eh estar ali... e nenhum outro lugar!!

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  2. Por que? Porque a sensacao de cruzar o portico de chegada eh unica e vale cada minuto de treino. Porque os esportes de aventura nos levam a lugares incriveis, verdes, azuis, que nunca conheceriamos no turismo tradicional. Porque saber que podemos sempre um pouquinho mais, incentiva, nos move pra frente. Porque sou apaixonado por esporte, pela vida e gosto de curti-la com amigos...em equipe, em meio a poeira.

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