quarta-feira, 25 de maio de 2011

Relato do Atleta Pedro Lavinas - Equipe Batráquios Selva

Aventureiros de plantão,

Abaixo relato do amigo sapolino Pedrinho Batráquio. Parabéns marginal !!!

“A aventura começou já no aeroporto. Os Kawabanga foram me buscar já com 2 bikes
no carro do Edu, que é hatch. Colocamos a minha, e sobrou um espacinho no banco
de trás para mim e minha caixa no colo. Nada de movimentos, e ao parar o carro o
Brunão teve que me ajudar, tirar a caixa, não tinha como eu sair sozinho. Senão,
eu estaria entalado ali até hoje! Tá ótimo, fomos dando risada o caminho
inteiro, o Brunão é uma figura, contando as peripécias mais recentes dos treinos
da Selva. Saudade dessa galera!

Fomos por Peruíbe e chegamos rápido em Miracatu. O hotel era colado na praça, o
que facilita muito a vida. Deu tempo de plotar o mapa com calma e dormir
relativamente cedo, coisa rara nessas provas.

Largamos às 10h15 da praça da matriz em Miracatu numa corrida curta até o rio
(PC1), onde pegamos as canoas para 14km no rio Juquiá. Os solos se juntavam para
remar, eu entrei na canoa com o Rodrigo Koke, eu na frente e ele no leme. O rio
é largo e tranquilo, mas mesmo assim viramos duas vezes, uma por uma leitura
errada minha que nos fez bater em uma pedra, outra num lance de azar em que uma
canoa virou bem na nossa frente e não deu pra desviar. Perdemos um tempo, mas
remamos forte e saímos da água (PC2) em quinto lugar geral. A nota cômica da
prova ficou por conta da Enigma, que correu tão forte pra entrar na água em
primeiro que parece que perdeu os sentidos e remou 3km subindo o rio! O Gustavo
tinha brincado que não ia nem precisar de bússola pra ganhar dos Kawabanga, mas
não precisava levar isso tão a sério! Ok, a correnteza não era forte, dá pra
entender até. Mas que foi engraçado imagina-los não vendo ninguém atrás e
pensando: ‘nossa, tamo remando muito!’, ah, isso foi!

Colocando o mapa na bike descobri que não o tinha plastificado direito. Pra meu
desespero, estava quase tudo apagado: rios, vegetação, curvas de nível, posições
dos PCs, quilometragem das pernadas… só sobraram mesmo as trilhas e estradões.
Quando mais tarde encontrei a Selva (que correu como dupla mista com o Caco e a
mineirinha simpaticíssima Mariza Helena), mostrei o mapa pro Caco, ele arregalou
os olhos e disse :‘vixe!’. Eu ainda lembrava onde eram os PCs, mas as distâncias
eu teria que estimar na hora. Enfim, é o que tenho, vamos nessa.


Fiz uma transição lenta, muitas equipes chegaram depois e saíram antes, mas na
bike fui recuperando posições e no final da pernada de 20km, no PC4, estava em
terceiro geral, atrás da dupla mista Canela Seca (com Elaine e Thiago) e do o
próprio Rodrigo. Só estradão com poucas subidas curtas, ainda não parecia
Chauás. Saí pro trekking de 25km, que começava com uns 8km de estradão, primeiro
plano, depois subindo, e no começo da subida alcancei o Rodrigo e cheguei no PC5
em segundo geral. Aí começou o estilo Chauás de verdade. Várias trilhas em meio
à mata cortando a serra da Faú, mas no mapa apenas uma. Tinha que navegar com
bastante atenção no azimute. Não ter referências de rios nem de relevo
dificultou minha vida. Comecei bem, mas errei uma bifurcação e perdi uns 15min.
Achando o caminho certo, forcei o ritmo e cheguei ao PC6 apenas 18 minutos antes
do corte, que seria mesmo apertado, segundo o Fran. Poucas equipes conseguiram
passar, creio que umas cinco ou seis. Os que passaram em cima da hora não tinham
chegado na praça até meia-noite. Espero que estejam bem!

Eu continuava em segundo geral, não mais atrás da Canela Seca, mas da Selva.
Caco maldito, acertou a navegação enquanto eu batia cabeça e nem os vi passando
por mim. Agora começava o trecho mais difícil de navegação. Parando pra
abastecer o camelback num dos muitos rios de águas límpidas, a Canela Seca passa
e seguimos juntos nesse trecho. Mais pra frente havia uma possibilidade de corte
por cima de um pequeno morro que economizaria uns bons minutos, mas sem trilha
marcada no mapa, que sugeria dar a volta e passar em uma cachoeira sinalizada
com uma caveirinha… perigo! Chegando ao local, observamos uma trilha subindo o
morro e resolvemos arriscar. Deu certo, passamos a Selva nesse corte e chegamos
empatados em primeiro no PC7, a uns 200m da cachoeira da Pedra Grande, que por
sinal é magnífica. Aqui, que os organizadores me permitam e perdoem uma pequena
crítica. O fiscal do PC nos manda ir até lá e vamos. A trilha acaba já bem no
alto e não encontramos ninguém, nenhum virtual, nada. Gritamos e nada. Caramba,
e agora? Vamos ficar aqui perdendo tempo? Resolvemos voltar, e era isso mesmo:
não tinha nada, o fiscal parece que só queria que a gente fosse ver a cachoeira!
Ok, ela é linda, mas estamos competindo! Se o objetivo era que víssemos a
cachoeira, era mais sensato que o PC fosse literalmente lá. Não faz muito
sentido falar: “vai lá e volta”, porque perdemos alguns minutos procurando
alguém do staff. Mas enfim, já foi, vamo que vamo.

Agora era sebo nas canelas num corridão de uns 5km num single-track delicioso,
descendo mas não muito, e bem técnico, com pedras e raízes. Rapidamente
estávamos no PC8 pra pegar as bikes e pedalar 18km de estradão até a chegada. A
Canela Seca fez uma transição muito rápida, pois sabia que a Selva vinha muito
forte atrás. Demorei um pouco mais que eles (definitivamente preciso melhorar
minha transição) e fiz muita força na bike, mas não consegui pegá-los, a Elaine
sempre ganha troféu no Big Biker e o Thiago também é muito forte. Cruzei a linha
de chegada 4 minutos atrás da Canela Seca. Uns dois minutos depois chegou a
Selva. Se tivesse mais uns poucos quilômetros de bike eu tinha perdido a segunda
posição. No total, 8h15 para 77km de prova.

Fiquei muito satisfeito de ter ganhado uma prova correndo na categoria pró. Os
melhores atletas solo não compareceram a essa prova, e infelizmente não pude
cumprir meu objetivo de descobrir se estou pouco atrás ou ainda muito atrás
deles. Mesmo assim, fiquei nem sonhava em conseguir uma vitória na pró tão cedo.
Estou progredindo.

Agradeço ao Caco Fonseca (Selva Aventura Assessoria Esportiva), Diana Nishimura
(Canuí CT de Canoagem) e Acivan Lopes (academia Runway) pelos treinos, dicas e
motivação, e também à galera da Selva (Equipes Selva, Enigma e Kawabanga) que
faz de todo esse perrengue uma grande diversão. Agradeço também ao Lucas, Fran e
todo o staff da Chauás, que fizeram uma prova magnífica. Essa foi mais uma de
várias demonstrações de gostarem do que fazem e o fazerem por amor ao esporte.


Dedico essa vitória ao meu parceiro Wilson Kanashiro, que por conta do acúmulo
de provas não pôde comparecer a esta. Ele passou por algumas dificuldades esse
ano mas como sempre já as superou e com certeza está voltando firme e forte como
nunca! Desejo que tudo dê certo pra ele. Tamo junto, Batráquio!

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário