A mais casca de todas. Haka Expedition

Aventureiros de plantão,

Vamos resumir: Desistimos após 18 horas  por conta do frio, da bateção de cabeça na navegação e principalmente pelos tombos de bike que simplesmente minaram os cascos das tartarugas.

A prova foi muito dura. Até o remo estávamos indo bem. Continuamos bem até a Pedra do Baú, onde o Edu foi para o Rapel e eu para o PC pela trilha. Arrumei tudo, deixei no grau para quando ele chegasse a saída fosse rápida. E assim foi, saímos na frente do Hiking. Foi tão rápido que o Edu esqueceu de pegar o corta vento, mas tarde ele iria sofrer as conseqüências. Ai começou o tormento. Nos perdemos feio para achar o PC 5. Subimos um morro empurrando o bike e depois descemos desnecessariamente. E claro depois volta tudo para achar o single track que foi show de bola no barro. Cai algumas vezes de lado .. escorregava muito.

Saímos ..  parada em Campos para um chocolate quente e um misto na padoca.. O Edu já não agüentava mais o frio e teve que parar para colocar o cobertor de emergência. Saímos de bike e novamente nos perdemos animal. O mapa tava muito estranho. Não achávamos o PC 7  !!! Achamos a Xingu perdida no meio do caminho e acabamos indo juntos. Enfim o Pc 7 e depois o 8. Ai vamos para o 9 no que seria o empurra bike mais maldito e desgraçado que eu já vi. Isso deu o título ao Haka de prova mais casca do ano. Era muito fechado e cheio de fendas profundas. E o barro tomava conta. De sapatilha, sem chance de parar em pé. Eu lembro de 15 tombos. E como sou alto, era mais difícil ainda empurrar a bike, porque tinha galho e era tudo muito estreito. Ficamos nesta merda por quase 2 horas e o corte já tinha pego a gente. Saímos da trilha as 2h45 da madruga e o Leo tava lá no fim. Ainda escutamos ele passando um rádio falando que o corte seria as 4 e não as 3 da madruga ... não sabíamos se era bom ou ruim isso ..

Desanimo na dupla, mas ainda sem desistir. Eu tava que não me aguentava de dor nas costas de tanto levar pedal nos tombos .. as bikes detonadas .... e o Edu ainda com frio. Mas o final para a dupla foi o tombo do Edu. Ali, eu parei, deitei no chão e achei que o melhor era parar para não fuder mais. O Edu tava mau e depois do tombo eu fiquei assustado e assumi o papel de pedir arrego primeiro. Isso é sempre difícil de fazer .. ainda mais para a gente que não gosta de desistir . .Não sei se passava pela cabeça do Edu desistir .. mas pela minha passava a horas ...  acho que os dois queriam, mas nenhum queria assumir o fardo heheheh

Ele caiu em uma descida no asfalto. Um tombo espetacular. Uma cambalhota linda mas que me assustou muito e quando ele caiu e começou a falar fino dizendo que não conseguia respirar eu gelei ... o Muleke é o mais casca grossa que conheço .. cai, se rala, mas sempre levanta e acelera . .dessa vez ele ficou parado pedindo ajuda. Deitei ele no chão tirei o capacete e a mochila e ficamos ali parados uns 15 minutos recuperando. Ralou as mãos, os joelhos, o queixo .. abençoado capacete ....

Recuperados do susto, colocamos o guidão da bike no lugar e pedalamos até o pc 9. E lá ficamos. Deitamos na quadra. Só lembro do Edu roncando capotado coberto com o cobertor de alumínio. Do lado nossos novos amigos mendigos da dupla Tildren .. eram 4 sem teto, cada um tentando se esquentar de uma forma, dividimos com eles nossa pizza de mussa e capotamos ... Acordamos as  6h e esperamos uma carona que veio com a equipe de apoio do Adv Aventureiro. Valeu Marco Túlio. Obrigado mesmo pela carona.

Uma prova muito dura, mas que fizemos novos amigos: Tildren, Hiking e equipe Adv Aventureiro.

Fica para o próximo ano.

Parabéns a todas as equipes que terminaram. Parabéns Raposas que chegaram no 9 lá pelas 7 da manhã e continuaram.

Até a próxima.